terça-feira, 8 de setembro de 2009

Reflexão pra lá de bienal



Sustentar relacionamentos verdadeiramente humanos, nos dias de hoje, é algo no mínimo complicado. Não que em algum lugar perdido no passado tenha sido diferente, mas atualmente vem tornando-se praticamente impraticável conviver com alguém.

Quando sentimos saudade de algum amigo, por exemplo, que não vemos há tempos, logo escrevemos um e-mail e ainda colocamos uma foto bem bonita, geralmente alegre. Pronto, basta apenas isso para resolvemos dois problemas de uma só vez, o verbal e o visual.

Esse tipo de escape nos leva diariamente a um distanciamento considerável das pessoas. O que nos liga, não é o abraço, o toque das mãos ou os olhos nos olhos e sim sentimentos muitas vezes superficiais, levando-nos a relacionamentos superficiais. E o que é pior, essas coisas ainda se tornam as menores, como se não fossem as mais importantes, como se pudéssemos amar de alguma forma verdadeira sem sequer um toque. E pra dificultar ainda mais o processo, quando enfim nos permitimos uma proximidade real, em meio a tanta correria em nossas vidas egoístas, algumas vezes nos deparamos com a frustração de não sermos correspondidos da forma que gostaríamos.

Em meio a esse turbilhão de sentimentos, de querer receber ou dar mais atenção, não ter tempo, da praticidade diária e sonhos desfeitos, o que resta, e se torna interessante à maioria das pessoas é mesmo o e-mail citado anteriormente. Outros preferem livros com historias fantasiosas que se tornam reais em nossa mente ou até mesmo a solidão pura, fria e vazia. E por fim, alguns de nos, como eu, escolhemos viver e nos relacionar verdadeiramente, ainda que doa, ainda que seja simplesmente pra nos sentirmos vivos.


Ame como Cristo amou, em esperar nada em troca, seja apenas real.

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