Acorda as 5 horas da manhã porque membros da família acordaram.
Volta a dormir.
Acorda as 6 horas da manhã porque mais membros da família ficaram de pé.
Volta a dormir.
Acorda as 7 horas da manhã porque alguma hora seria a vez dela.
Banheiro, quarto,cozinha,quarto,banheiro. Lá se vão 50 minutos.
Pausa no quarto: se veste,arruma cabelo, maquia, carrega celular, checa o notebook, coloca as bijuterias...
Quarto,sala, cozinha,sala e - finalmente uma hora e meia depois - rua.
Bom dia pro gari.
Ignora "tarado" na rua.
Ônibus.
Pausa no ônibus - atrasado, lotado e ela de salto. Nenhum homem se digna a dar licença, a carregar o peso, a ceder o lugar então, sem chance, afinal ela vive em 2012 e não em 1940.
Finalmente senta. Liga o rádio que toca simplesmente as piores musicas que ninguem jamais deveria ouvir: Rihana, Britney, Luan Santana. Troca: ADELE pelo amordeDeus, ela já não aquenta mais Adele. Tem vontade de ressussitar Amy Winehouse só para poder ouvir outra britânica de talento.
Desiste do rádio.
Vai ler. Fica tonta.
Desisti de ler.
Passa a ver as pessoas na rua.
Chega ao centro. Pausa na reflexão. Divaga sobre a própria vida.
Já está chegando. Pensa na familia, no trabalho... Opa, e por falar nele, quase duas horas depois chega. Ainda linda, mas já um pouco cansada.
Ela abre as pendências, como boa mulher que é, tem uma lista do que fazer.Tenta se organizar, e olha que eu disse que ela tenta.
Lista com 10 coisas para o dia. Das 10, 7 não está em suas mãos o que a faz refletir que das 10 horas dedicadas ao trabalho naquele dia, pelo menos 5 serão de ações de cobranças e esperas.
Do planejado, metade funcionou.
A metade das horas perdidas e pouco produtos evidentemente.
Ela, como boa mulher que é, para para almoçar e come direito porque está de dieta. Sim, mulheres sempre controlam a comida, e ela não e diferente. Comeu, "roubando" evidente, porque nenhuma mulher vive só de salada por muito tempo nessa vida.
Volta. Já é a tarde.
Se arruma novamente. (como boa mulher que é, quer estar sempre linda).
Produz mais, mais e mais.
Encontra nesse caminho um animal que ainda necessita evoluir um pouco mais - o homem nervoso.
Homem nervoso tende a esquecer que mulheres são mulheres, são mais delicadas e precisam ser tratadas como tal. O tal ser "involuido", simplesmente desfere palavrões e gestos agressivos para ela que simplesmente queria resolver um problema, já que ela como boa mulher que é, gosta de conversar e acredita que tudo se resolve dessa maneira. no final, ela não se omite e coloca o ser em evolução - homem nervoso - em seu lugar e minutos depois segue para o banheiro. Sim, ela adora o banheiro, porque lá dá pra chorar sem ninguém ver e dar uns socos na parede.
Pronto.
Ainda linda (só que não) finaliza as tarefas pertinentes restantes sem maiores dificuldades.
Já são 19 horas nesse momento.
Pendencias não terminam, mas ela, como boa mulher que é, diminui o ritmo porque hoje vai encontrar o amor da sua vida. Sim, as mulheres sempre acreditam que os respectivos são os homens da sua vida. Mulher esperta, não perde tempo, escolhe amar e pronto. E ela é assim.
Mais alguns emails e ligações e ela então: arruma o cabelo, se maquia, passa perfume, fica linda (de novo) para o seu amor.
Agora já são 20 horas e ela o vê.
Todo o estres se dissipa, porque ela é esperta, e como boa mulher que é, aproveita cada momento.
Já são 21 horas.
Os dois comem - lembrando que sempre na dieta, nada mais é que um lanche leve.
Mas, como boa mulher que é, come chocolates depois.
As 22 horas os dois se despedem porque amanhã ela tem uma viagem a negócios.
Até se separarem já são 23 horas.
Casa.
Banheiro, cozinha, quarto, sala, celular, banheiro, quarto dos outros e finalmente quarto.
Já são 00:30 e ela começa a arrumar a mala.
Como boa mulher que é, é esperta e já tinha parte separada.
Prepara o discurso.
Confere tudo.
Faz check in porque é uma boa mulher e portanto esperta.
Lembra que ela é esperta?! Lê a Bíblia, faz suas orações e dorme.
Duas horas e meia depois acorda e parte o avião.
Qualquer semelhança com vida real é mera coincidência, só que ao contrário. (ou será que não)
